.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Que é Equilíbrio Emocional???


  
Entre algumas das definições possíveis da palavra “equilíbrio”, encontradas no dicionário Novo Aurélio, (Editora Nova Fronteira, 1999) estão que: 1) é o estado de um sistema que é invariável com o tempo; 2) é a manutenção de um corpo na sua posição ou postura normal, sem oscilações ou desvios. Essas definições, particularmente em relação às emoções, podem fazer com que algumas pessoas acreditem que ser equilibrado corresponda a não se deixar afetar pelos acontecimentos ruins da vida, permanecer frio e impassível diante da maior tragédia, ou confusão; ser imune a todos os problemas. Aliás, recebo muitas mensagens pedindo exatamente isso: um jeito, uma técnica, uma maneira de não se deixar afetar pela morte de pessoas queridas, por problemas financeiros, pelo abandono ou pela traição sexual do parceiro de muitos anos.
Infeliz ou felizmente, em psicologia não existe uma fórmula pronta para nada – cada um tem uma história de vida tão especial, tão única que, embora todos se pareçam muito em relação aos sintomas, dificilmente vão encontrar soluções iguais para seus problemas. E, além disso, o que parece solução pode ser uma armadilha asfixiante: se não se sente a dor, como sentir o prazer e a alegria? A imagem é de alguém desejando construir, com pá, tijolos e cimento uma espécie de iglu de concreto, até fechar tudo em torno de si mesmo. Se nada entra, nada sai. Se não permitimos a circulação controlada dos elementos, vamos definhar até o isolamento total do nosso centro, como acontece em muitas doenças mentais.
“Boa proporção, harmonia; moderação, prudência, comedimento; autocontrole, autodomínio, controle, balanceamento”, continua a definição do Novo Aurélio - o equilíbrio emocional nada mais é do que responder harmonicamente, proporcionalmente ao que nos acontece externamente: ficar alegre quando o acontecimento é alegre, ficar triste quando coisas tristes nos acontecem. É a capacidade de sair de cena na hora certa. Quando começamos a responder a acontecimentos internos – pensamentos, fantasias e lembranças – ao invés de aos acontecimentos externos, sem o perceber, e em franco desacordo, estamos em desequilíbrio. Como por exemplo, quando tomamos como ofensa qualquer observação feita por outra pessoa; quando respondemos aos berros a uma crítica de alguém, mesmo que esse alguém esteja sendo injusto; quando tomamos como dirigida a nós qualquer comentário ou observação feito ao acaso; quando choramos sem motivo aparente; quando aceitamos fazer coisas contra nossos desejos mais íntimos; quando tomamos como rejeição a nós como pessoa, uma discordância a uma atitude ou pensamento isolado; ou ainda quando manifestamos medo não justificado pela experiência e pela razão. Como afirma Karen Horney, em “Conheça-se a si mesmo”... “A pessoa (...) com toda a probabilidade se sentirá ofendida ou injustiçada por um individuo em particular ou pela vida em geral e aceitará como legítima sua reação de mágoa ou ressentimento. Em tais situações, é preciso muita lucidez para distinguir entre uma ofensa real e uma imaginária. E mesmo que a ofensa seja real, não tem de produzir necessariamente essas reações: se ela não for vulnerável ao que outros lhe façam, há muitas ofensas a que ela poderá reagir condoendo-se do ofensor ou reprovando sua atitude,  em vez de ficar ressentida ou magoada. É muito mais fácil apenas sentir um direito de ficar zangada do
que a examinar exatamente qual o seu ponto vulnerável que foi atingido. Mas, para seu próprio interesse, é desta forma que ela deverá proceder, ainda quando não haja dúvida de que o outro foi cruel, injusto ou descortês.”
Uma “parede” permeável da bolha protetora que nos envolve, a semelhança da homeóstase celular, vai tender sempre ao equilíbrio, permitindo a troca adequada e na justa medida com o ambiente.
Como manter o equilíbrio emocional com filhos adolescentes? Com crianças pequenas, marido exigente, trabalho estressante? Com familiares doentes, problemas financeiros? Com a solidão batendo a porta, com o amor não correspondido? Como manter o equilíbrio com essa vida que levamos hoje em dia? Se considerarmos que funcionamos como um sistema integrado, cuidar da saúde física, ouvindo e respondendo aos sinais do corpo torna-se imprescindível. Descanso, lazer, dar tempo ao tempo. Não esquecer que nosso organismo ainda mantém inalteradas algumas características herdadas através da evolução que não condizem com a velocidade que exigimos de nós mesmos ao absorvermos as informações, ao atender as múltiplas tarefas a que nos dispomos. Respeitar o nosso limite fisiológico é uma regra que não pode ser quebrada.




Gostou deste artigo? Então clique no botão ao lado para curti-lo! Aproveite para nos adicionar no Facebook e assinar nosso Feed.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...