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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Auto-Estima!!

                       

Alguns profissionais da saúde mental torcem o nariz diante da referência ao termo “auto-estima”. Na verdade o termo parece banal, não científico, possivelmente em função do excesso de popularidade adquirido através da literatura de auto-ajuda. E, embora faça parte do vocabulário da maioria das pessoas, poucas conhecem o seu verdadeiro significado. O conceito envolve não apenas o que se pensa a respeito de si mesmo, isto é, a nossa auto-imagem, mas também os sentimentos que esses pensamentos fazem surgir em nós e suas conseqüências nos nossos relacionamentos afetivos, sociais e profissionais no dia-a-dia. A idéia de auto-estima está fortemente relacionada à saúde mental e ao bem estar psicológico e sua ausência a situações de risco, como depressão e suicídio. É comum uma baixa auto-estima estar relacionada com as queixas apresentadas por pessoas que procuram por ajuda psicológica.
A forma como enfrentamos situações constrangedoras, reagimos às criticas ou à rejeição oferece indícios claros a respeito de como anda a nossa auto-estima: facilidade em fazer boas escolhas, se abater menos com eventuais fracassos ou julgamentos de terceiros; manter a estabilidade emocional ao enfrentar adversidades, ser assertivo e mais sincero em suas respostas são sinais de uma auto-imagem positiva.
Ao contrário do que se possa pensar, não é necessário, e nem possível, que nossa auto-estima permaneça elevada todo o tempo, e sim estável diante de eventos adversos. A pessoa pode se reconhecer forte, inteligente, interessante ou integrada socialmente, e ao mesmo tempo admitir que erra, sente medo e insegurança eventualmente, e incomodar-se verdadeiramente com isso. Isso porem não abala o seu equilíbrio, nem é motivo de vergonha, e sim uma oportunidade para auto-questionamento e aprendizado. Quando alguém privilegia o reconhecimento e avaliação externa em detrimento da obtenção de objetivos íntimos, como por exemplo, relacionar-se com mais serenidade e de forma mais generosa, pode tornar-se excessivamente dependente das opiniões alheias e conseqüentemente mais vulnerável às oscilações da auto-estima.
Estudos confirmam que a auto-estima sofre menos oscilações quando se baseia prioritariamente em diferentes domínios de competência na vida de um individuo. Valorizar conquistas em diferentes setores e diversificar interesses olhando para si como alguém capaz de desempenhar vários papéis e obter sucessos mais ou menos significativos em diferentes campos é fundamental para manter auto-estima saudável.
O insucesso numa área específica da vida não leva alguém com boa auto-estima a se avaliar integralmente como pessoa baseado apenas nesse item.
Favorecendo a resistência a adversidade, a auto-estima funciona como uma espécie de “sistema imunológico da consciência”, facilitando a adaptação ao meio e o bem-estar emocional. Evidentemente a auto-estima estável não é vacina contra as repercussões psicológicas de uma situação critica capaz de desencadear sentimentos de auto-desvalorização, tristeza, e depressão, mas certamente permite uma recuperação mais rápida e com poucas seqüelas emocionais. O ser humano é um animal social por necessidade.
Diante de uma situação de exclusão, as pessoas tendem a se tornar inseguras a
respeito de seus próprios julgamentos. A desvalorização social interfere nos mecanismos de autocontrole que permitem enfrentar desafios novos de forma equilibrada. O individuo rejeitado não se empenha nem se controla tanto
quanto os que foram escolhidos por seus pares; abandona mais cedo tarefas difíceis e aceita correr mais riscos, além de perder o domínio de si e a motivação. O receio de ser rejeitado, mesmo que isso não ocorra efetivamente, provoca o mesmo efeito. Duvidando de si mesmo e de sua aceitação social, a pessoa vigia-se o tempo todo, convencida de que os que estão ao seu redor fazem o mesmo, atentos ao seus defeitos. Quanto a auto-estima vacila, temos a desagradável sensação, e em geral equivocada, impressão de que somos o centro das atenções. Os tímidos freqüentemente sofrem com esse auto-engano.
Manter a boa auto-imagem é importante para a saúde psíquica, mas nem sempre é fácil valorizar-se e respeitar as próprias limitações, sem usá-las para se torturar, sobretudo quando nos sentimos mais vulneráveis. Situações de crise ou de fracasso são propícias para o desencadeamento de quadros patológicos como ansiedade, depressão ou bulimia. Centrado no próprio sofrimento, o individuo irrita-se com as próprias dificuldades, repete incessantemente pensamentos depreciativos e se concentra em si mesmo, esquecendo o universo ao redor e estabelecendo um circulo vicioso. Quando é possível olhar para o mundo e realmente se interessar pelo que está fora de nós fica mais fácil suportar as próprias dificuldades. A boa auto-estima funcionaria de forma análoga a um motor que cumpre sua função de maneira silenciosa: facilita o vinculo com o mundo externo e o faz menos assustador.
Porém, o apreço exagerado por si mesmo sem razões objetivas para isso, pode denunciar um desejo inconsciente de encobrir a própria falta de confiança. E apesar deste comportamento ser uma forma de defesa, desenvolvido em função de experiências dolorosas de humilhação na infância, superestimar nossas capacidades pessoais pode comprometer nossa saúde e nossa vida profissional e pessoal. Pessoas que se consideram superiores à média no exercício de suas funções, acreditando possuir qualidades que os tornam especialmente bons, e que tendem a se situar acima dos outros sem sustentação para isso, o fazem de maneira instável, perdendo a máscara quando enfrentam situações difíceis, tais como uma rejeição social ou problemas profissionais. Além disso, dificilmente assumem a responsabilidade por seus próprios fracassos, passando-as aos outros ou as circunstâncias, e não toleram criticas. Um conceito instável a respeito de si mesmo revela a necessidade de reconhecimento constante pelos demais e incerteza quanto ao próprio valor. Sentindo-se em muitas ocasiões como se fosse uma fraude nos diferentes papéis que desempenha, por exemplo, o de marido, amigo, pai e profissional, a pessoa tenta convencer aos outros e a si mesma de suas qualidades, exagerando-as ou fazendo-as ressaltarem...
Artigo tirado do site http://www.tania.psc.br/artigos.asp
  
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