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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Simplicidade e Sabedoria

Os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade. Os jovens são aves que voam pela manhã: seus vôos são flechas em todas as direções. Seus olhos estão fascinados por 10.000 coisas. Querem todas, mas nenhuma lhes dá descanso. Estão sempre prontos a de novo voar. Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas cabeças, a multiplicidade é um espaço de liberdade. Com os adultos acontece o contrário. Para eles a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou, uma arapuca na qual caíram. Eles a odeiam, mas não sabem como se libertar. Se, para os jovens, a multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adultos a multiplicidade tem o nome de dever. Os adultos são pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã 10.000 coisas os aguardam com as suas ordens (para isso existem as agendas, lugar onde as 10.000 coisas escrevem as suas ordens!). Se não forem obedecidas haverá punições.

No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o vôo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o seu vôo pela manhã. Já observaram o vôo das pombas ao fim do dia? Elas voam numa única direção. Voltam para casa, ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só.

Jesus contava parábolas sobre a simplicidade. Falou sobre um homem que possuía muitas jóias, sem que nenhuma delas o fizesse feliz. Um dia, entretanto, descobriu uma jóia, única, maravilhosa, pela qual se apaixonou. Fez então a troca que lhe trouxe alegria: vendeu as muitas e comprou a única.

Na multiplicidade nos perdemos: ignoramos o nosso desejo. Movemo-nos fascinados pela sedução das 10.000 coisas. Acontece que, como diz o segundo poema do Tao-Te-Ching, “as 10.000 coisas aparecem e desaparecem sem cessar.“ O caminho da multiplicidade é um caminho sem descanso. Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro é uma despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho. A última das tentações com que o Diabo tentou o Filho de Deus foi a tentação da multiplicidade: “Levou-o ainda o Diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória e lhe disse: ‘Tudo isso te darei se prostrado me adorares.’“ Mas o que a multiplicidade faz é estilhaçar o coração. O coração que persegue o “muitos“ é um coração fragmentado, sem descanso. Palavras de Jesus: “De que vale ganhar o mundo inteiro e arruinar a vida?“ (Mateus 16.26).

O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da multiplicidade. Adverte o escritor sagrado: “Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne“ (Eclesiastes 12.12). Não há fim para as coisas que podem ser conhecidas e sabidas. O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem descanso para a alma. Não há saber diante do qual o coração possa dizer: “Cheguei, finalmente, ao lar“. Saberes não são lar. São, na melhor das hipóteses, tijolos para se construir uma casa. Mas os tijolos, eles mesmos, nada sabem sobre a casa. Os tijolos pertencem à multiplicidade. A casa pertence à simplicidade: uma única coisa.

Diz o Tao-Te-Ching: “Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa.“

Diz T. S. Eliot: “Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?“
Diz Manoel de Barros: “Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar. Sábio é o que adivinha.“

Sabedoria é a arte de degustar. Sobre a sabedoria Nietzsche diz o seguinte: “A palavra grega que designa o sábio se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphus, o homem do gosto mais apurado. “A sabedoria é, assim, a arte de degustar, distinguir, discernir. O homem do saberes, diante da multiplicidade, “precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço.“ Mas o sábio está à procura das “coisas dignas de serem conhecidas“. Imagine um bufê: sobre a mesa enorme da multiplicidade, uma infinidade de pratos. O homem dos saberes, fascinado pelos pratos, se atira sobre eles: quer comer tudo. O sábio, ao contrário, para e pergunta ao seu corpo: “De toda essa multiplicidade, qual é o prato que vai lhe dar prazer e alegria?“ E assim, depois de meditar, escolhe um...

A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria.
Artigo tirado do sitehttp://www.rubemalves.com.br/
As leis da simplicidade!!
O sonho da vida simples às vezes parece mais distante que a vida complicada que a gente leva. Na correria, complicar fica mais fácil que descomplicar e, no balanço final, as pequenas coisas (e realmente simples) acabam esquecidas. Para não correr o risco de viver para sempre o pesadelo da complicação, John Maeda escreveu um livro para colocar no papel tudo que pensava sobre simplicidade.
O resultado é uma lista de leis que, se cumpridas, pode transformar a vida de muita gente.
Em "As leis da simplicidade", publicado em 2005, é possível encontrar uma infinidade de dicas para viver melhor. Mas são as 10 leis que podem mesmo mudar o jeito de ver o mundo. O Vila Equilíbrio vai explicá-las. Cabê a você aplicá-las!
A primeira lei é "Reduzir". Segundo Jonh, esse é o jeito mais simples de alcançar a simplicidade. Para isso, é preciso reduzir funcionalidades. "Na dúvida se alguma coisa importa, apenas remova da vida". Depois de ‘reduzir’ outra lei é "Organizar". E isso começa em casa mesmo. John diz que os lares das pessoas estão cheios de coisas que as pessoas não precisam realmente. A dica dele é: compre uma casa maior, coloque tudo que não precisa num estoque e o que sobrar, organize da melhor maneira. "Organização faz coisas que são ‘muitas’ parecerem ‘poucas’, ou seja, simplifica".
Poupar tempo é outra regra da vida simples. John acredita que a espera desnecessária complica a vida - não importa se é a fila do banco ou a página da internet carregar. Ele lembra que as empresas (e as atitudes) que ajudam a poupar tempo descomplicam a vida. "Forçar uma espera é desnecessariamente complexo".
Aprender parece não ter nada a ver com simplicidade - mas tem! "O conhecimento faz tudo ser mais simples", afirma John. Segundo ele isso é uma verdade não importa a dificuldade de uma atividade. "O problema de usar tempo para aprender dá o sentimento de perder tempo, violando a terceira lei", diz. Mas ele explica que é muito melhor realizar algo depois de receber instruções do que se aventurar a aprender fazendo.
"Contextualizar" os acontecimentos também é virtude de quem sabe viver com simplicidade. Ajuda a clarear as atitudes. Emoção e confiança também fazem parte das leis. Para John, "mais emoção é melhor que menos", e "simplicidade inspira confiança".
No meio das leis que Jonh produziu existe uma importante: a que valoriza a diferença! Segundo ele, simplicidade e complexidade se completam. "Sem o complicado, não conseguimos reconhecer o simples". Por isso, não enlouqueça antes de simplificar.
A última lei de Jonh diz que a simplicidade é subtrair o óbvio e adicionar o realmente importante. Mas talvez mais importante que todas as leis seja a que admite a falha. "Algumas coisas jamais serão simples". Ainda bem, né?
Artigo tirado do sitehttp://vilamulher.terra.com.br
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