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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Como dizer “NÃO” e colocar limites sem afastar as pessoas!!!

               


Dizer que a melhor forma de se comunicar e se obter o que se deseja e precisa é sendo assertivo, é fácil. O difícil é entender o que isso significa e como isso se traduz em comportamentos. É certo que para emitirmos comportamentos temos que estar motivados internamente para isso. Mas é certo também que se ultrapassarmos a barreira da inibição mental ou emocional, o comportamento pode se manifestar e provocar uma mudança de atitude e sentimentos. A comunicação assertiva tem como premissas a expressão dos sentimentos, pensamentos e vontades, a defesa dos direitos e a estipulação de limites convenientes a quem a expressa, sem violar os direitos dos outros.
A chave para uma comunicação assertiva está em ser firme, direto, claro e em absolutamente não atacar o outro. Você pode dizer “eu quero mais atenção” em vez de acusar seu marido de ser uma pedra de gelo. A coisa mais importante a ser lembrada é que você tem todo o direito de expressar suas necessidades. Enquanto uma pessoa não consegue sequer acionar a campainha do ônibus no ponto que precisa descer, outra pode estacionar seu carro exatamente em cima da faixa de pedestres em um semáforo e acreditar que está no seu direito apenas por não havia outro local livre para estacionar. Mas, é no âmbito pessoal e com as pessoas que mais amamos que surge a maioria dos problemas. Ao lado do seu direito de expressar suas necessidades está, na mesma medida, o do outro, pois as necessidades dele são tão importantes para ele quanto as suas o são para você. Comunicando-se com assertividade você não precisa recorrer à agressão ou raiva, pode se proteger sem reclamar e estabelecer limites sem afastar demais as pessoas. A assertividade funciona em praticamente todos os problemas interpessoais: sexo, dinheiro, luta pelo poder, conflitos no trabalho ou na escola.
Uma frase assertiva tem três partes: “eu penso”, “eu sinto”, “eu quero”.
“Eu penso” é a descrição objetiva do que você vê, ouve e observa. São “os fatos, nada além dos fatos”, da maneira como você os percebe, sem julgamento, reclamação ou adivinhação das intenções da outra pessoa.
Às vezes é difícil separar os fatos dos sentimentos, mas isso é necessário para diminuir a raiva.
“Eu sinto” explicita a sua reação mais sincera. Faz com que a outra pessoa tome conhecimento de como o comportamento dela o afeta, sem que você tenha usado táticas de reclamação, intimidação ou provocação, e sem ter levado a outra pessoa a se colocar na defensiva.
Em uma situação na qual você se sente invadido, impotente ou agredido, a raiva é a única emoção da qual você toma consciência. Por trás dela podem estar a preocupação, o medo, o desapontamento, a culpa e o constrangimento.  Quem tem filhos adolescentes sabe com que freqüência o medo e a preocupação desencadeiam a raiva.
Observe que a ênfase recai no “eu”. “Eu penso”. “Eu sinto”. Assuma a responsabilidade por suas próprias experiências. Não é ela que “faz você sentir ciúmes”. Ele não “faz você se sentir estúpido”. Quando você se responsabiliza pelo que sente, toma nas mãos o poder de mudar a situação.
Não use mensagens que na verdade estão culpando a outra pessoa, como: “Eu acho que você está controlando” ou “eu sinto que você está se aproveitando da situação”. Seja tão objetivo e justo quanto uma fotografia.
Os “sentimentos” são uma declaração de sua reação emocional não um julgamento ou ataque. “Quando você toma decisões sem me consultar sinto-me deixada de lado e frustrada por não ter voz em questões importantes”.
A parte fundamental de uma declaração assertiva é o “Eu quero”. Ao solicitar o que quer procure tratar de uma questão de cada vez; fazê-la de uma forma bem específica e pedir um comportamento.
Cuide de uma só questão por vez – sua esposa vai se sentir atacada e sobrecarregada se você lhe pedir ao mesmo tempo, mais apoio no trabalho, que gaste menos dinheiro com as crianças, ajude-o na limpeza do quintal e a noite esteja linda e sexy!
Seja especifico - descreva exatamente o que quer. Não faça solicitações vagas. Diga a hora, dia/limite exatos. Ao invés de “Eu quero que você ajude mais em casa”, diga “Eu quero que você limpe o banheiro de baixo e passe o aspirador nos tapetes”. Tente descrever quando, com que freqüência, de que maneira você quer que as coisas aconteçam.
Peça uma mudança de comportamento – você não pode exigir que as pessoas mudem suas atitudes e seus valores, suas prioridades e seus sentimentos. Só pode pedir-lhes que mudem seu comportamento.
Usando esse formato, firme e claro, para conseguir a atenção para suas necessidades você evita ataques enfurecidos e se apresenta como uma pessoa que pode cuidar de si, que pode cooperar e é aberta e honesta a respeito do que quer e do que espera dos outros.
Algumas pessoas já são motivadas a cooperar com o que você quer por vários motivos. Mas se elas não estiverem motivadas você precisará oferecer-lhes alguma espécie de recompensa. A punição, através da retirada de atenção, vingança, ou críticas, entre outras, cria resistência e ressentimento, levando ao efeito contrário de sua expectativa.
- Se você lava a louça eu cuido da roupa para você; Se nos encontrarmos no restaurante perto de minha casa, poderei passar mais tempo com você no almoço.
Infelizmente, existem momentos em que o reforço positivo, ou recompensa, não funciona. Podemos chamar de “sanções” as conseqüências ou custos que as pessoas pagam por não atender o que você quer. “Se (...) acontecer então eu (...)”. A finalidade das sanções é motivar a outra pessoa a cooperar com você ou mais precisamente, a respeitar os seus limites. Quando apropriadamente usadas, as sanções podem ajudá-lo a satisfazer suas necessidades sem precisar recorrer à raiva. Para isso elas precisam ser específicas, razoáveis, consistentes e não ferir mais a você do que a outra pessoa.  Sanções razoáveis ajudam-no a sentir-se no controle além de respeitar a outra pessoa e seu direito de tomar as próprias decisões. Humilhar publicamente, trair a confiança, ameaçar de violência ou outras sanções não razoáveis deixam a pessoa enraivecida e menos propensa a cooperar com o que você quer. Tenha certeza de poder conviver com as conseqüências da sanção.
Esteja preparado para cumprir o que você disse que faria. Se você disse que, sob certas circunstâncias, desligaria o telefone, chamaria o gerente, se recusaria a pagar, ou iria embora, faça isso, caso contrario você estará acostumando a outra pessoa a não levá-lo a sério.
Você pode recorrer a uma negociação toda vez que tiver um conflito de interesses e quiser elaborar uma solução que traga benefícios mútuos - “Eu lhe darei do que você precisa se você me der do que eu preciso”.
Para algumas pessoas é difícil negociar porque isso exige que elas ouçam e entendam a posição do outro – é bem mais fácil ser firme quando o outro é visto como errado, estúpido, egoísta e injusto. Essas pessoas esperam que seja o outro a fazer todas as mudanças, e negociações requerem que haja um reconhecimento de que a outra pessoa tem necessidades tão importantes para ela quanto as suas são para você. Se existe um conflito de necessidades, a negociação permite encontrar um meio termo, onde ambas as partes conseguem pelo menos um pouco do que querem.
Este texto é um resumo de um capítulo do livro “Quando a Raiva Dói – Acalmando a Tempestade Interior”. Matthew McKay;  Peter D. Rogers; Judith McKay. Summus Editorial – São Paulo – 2001, elaborado em 01/05/08

Artigo tirado do site http://www.tania.psc.br/artigos.asp
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